A pandemia Covid-19 alterou o paradigma da ocupação de escritórios e, consequentemente, os requisitos que os líderes de imobiliário corporativo devem considerar aquando a avaliação das decisões de negócio a longo e curto-prazo. Um novo estudo de mercado realizado pela CBRE explora as abordagens que irão guiar as prioridades e os resultados estratégicos para 2021 e além.
Os especialistas da CBRE destacam oito verdades fundamentais, divididas em quatro áreas principais – Talento, Localização, Ocupação e Design & Experiência – que irão guiar o futuro do trabalho.
No campo do Talento, a CBRE afirma que à medida que as equipas vão regressando ao escritório, o seu desejo por flexibilidade e liberdade de escolha irá originar novos comportamentos, especialmente na maneira como as pessoas se relacionam com o espaço do escritório e quando é que o decidem fazer (verdade 1). As futuras estratégias imobiliárias corporativas não se irão focar exclusivamente no trabalho remoto ou exclusivamente no trabalho no escritório. Na verdade, irão enfatizar a escolha do colaborador relativamente a experiências e ações que lhes permitirão obter um equilíbrio positivo entre a sua vida profissional e pessoal. Isto resultará numa utilização menor do escritório, no entanto não significa o seu fim. Pelo contrário, significa um novo começo que permitirá que as empresas repensem sobre o papel do escritório e a sua funcionalidade. Adicionalmente, a CBRE também afirma que o espaço de trabalho terá que ser reconsiderado de acordo com um estilo de trabalho híbrido e equipas mais distribuídas (verdade 2).
No que diz respeito ao campo da Localização, os especialistas da CBRE identificam que as estratégias de descentralização dos escritórios estão a emergir como uma ferramenta para apoiar os colaboradores atuais e atrair novos (verdade 3). Colaboradores sedeados no escritório escolherão espaços localizados nos centros urbanos quando necessitarem de interagir com colegas, num ambiente que lhes ofereça todas as comodidades e tecnologia necessária para a sua produtividade e colaboração com outros. Nas restantes ocasiões, tirarão vantagem de uma rede de diferentes localizações, especialmente aquelas que se situem mais próximo da sua casa. Consequentemente, a migração para localizações mais baratas e com melhor qualidade de vida irá continuar, sendo que em Portugal está muito bem posicionada (verdade 4).
Na área da Ocupação, o novo estudo de mercado da CBRE afirma que, mesmo num ambiente de incerteza, empresas com boas capacidades de planeamento ficarão à frente dos seus concorrentes, no atual mercado imobiliário (verdade 5). Adicionalmente, soluções de flexibilidade permitirão que as empresas adaptem facilmente as suas estratégias de utilização do espaço e, ao mesmo tempo, o sentimento dos colaboradores relativamente ao escritório flexível está a tornar-se cada vez mais positivo (verdade 6). De facto, muitas empresas estão já a utilizar os espaços de escritório flexíveis como parte integrante da sua estratégia corporativa, o que lhes permite a maximização dos seus compromissos de longo-prazo e, ao mesmo tempo, a minimização do risco de ter demasiado, ou pouco, espaço de escritório à medida que o número de colaboradores vai oscilando. A implementação de abordagens flexíveis permitirá que as empresas se mantenham ágeis em relação ao atual contexto económico e aos novos métodos de trabalho.
Por fim, no campo de Design & Experiência, o estudo da CBRE identifica o novo espaço de trabalho como um fator-chave para assegurar o bem-estar, a produtividade e o compromisso dos colaboradores, que estarão cada vez mais dispersos geograficamente (verdade 7). Assim, as empresas necessitarão de gerir a mudança e conduzir a inovação, para servir as necessidades de uma força de trabalho mais flexível, ao mesmo tempo apoiando o atingimento dos objetivos estratégicos. Isto significa o alinhamento entre design & experiência e os requisitos de uma força de trabalho flexível. Adicionalmente, as tecnologias digitais irão criar edifícios mais inteligentes e eficientes e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência dos colaboradores, principalmente através da criação de espaços de trabalho mais saudáveis e seguros (verdade 8). Consequentemente, a medição, monitorização e visualização de informação sobre saúde e segurança é um fator crucial a considerar no momento de regresso ao escritório. Algumas aplicações digitais que permitem, por exemplo, o agendamento de rastreios de saúde, a marcação de espaços ou experiências sem contacto, estão a crescer em relevância e sofisticação, passando a ser consideradas uma parte essencial da experiência do colaborador.
Em conclusão, o relatório da CBRE reforça que as contribuições do imobiliário comercial para os resultados estratégicos do negócio, serão mais do que nunca evidentes e essenciais.